Por Danyllo Gomes
"Cada ser humano é gerado em pecado e todas as suas faculdades estão tão corrompidas, que ele é chamado “morto em seus delitos e pecados” (Ef 2:1). Os homens não são tão pecadores nas suas realizações como poderiam ser. Não somente a raça humana, mas toda a criação está totalmente contaminada pelo pecado (Rm 8:18-25). Esta situação estabelece a necessidade da redenção de alguém que, por si mesmo, é absolutamente incapaz de preparar-se, ou de providencia-la para si mesmo. O pecador, por natureza, é um contumaz e indisposto inimigo do santo Deus. (Efésios 2:1-3; Romanos 3:9-12)"
Intodução
Toda a filosofia humana e todas as religiões, exceto o cristianismo, afirmam que o homem é por si só bom e é aperfeiçoado através de seus próprios esforços. Os filósofos afirmavam que “o Homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Bem, essa é basicamente a idéia que se tem do homem por aí a fora.
Bem, apenas através da revelação de Deus nas Escrituras é que podemos entender que o homem é totalmente depravado, e por isso ele se torna totalmente incapaz de salvar a si próprio ou fazer qualquer obra a respeito da sua salvação. Os arminianos por outro lado, afirmam que o homem ele é capaz sim de fazer alguma coisa a respeito de sua salvação. Charles Finney foi um dos homens que popularizou essa idéia.
Então, quando essa idéia começou a crescer, o pecado do homem foi minimizado, acreditando que o homem tinha que ter uma boa influencia da sociedade para que ele pudesse se tornar uma boa pessoa, trazendo alegria, igualdade e tudo mais.
A teologia da libertação adotou uma visão marxista da sociedade. Eles afirmam que o homem não é totalmente corrompido pelo pecado, mas como uma pessoa que foi oprimida economicamente. Vemos que o pecado não tem o mesmo “peso”, o mesmo grau de importância como deveríamos vê-lo. Deus ODEIA o pecado.
História
Em 1619, um grupo de teólogos publicou um documento com cinco capítulos que foram escritos a cinco pontos de protesto de discípulos de Armínio. Um Sínodo nacional foi chamado para responder o protesto. 84 membros e 18 comissários vieram. Eles se reuniram durante 7 meses e formularam o que ficou conhecido como os 5 pontos do calvinismo, em homenagem a João Calvino.
Os líderes da reforma tinham a mesma opinião de Agostinho, onde o homem era totalmente depravado em seu estado natural. Todos os reformadores antigos eram unanimes em crer que Deus era soberano na salvação e que o ser humano era totalmente impotente para alcançar sua salvação.
O principal embate não é que Deus é o autor da justificação, mas da fé que precisamos para que nos tornemos justificados.
Espiritualmente morto
Em Romanos 5:12 Paulo nos remete à criação, que foi onde ocorreu o início dessa queda do homem. O Senhor fez Adão e Eva perfeitos, fez também a árvore do conhecimento do bem e do mal e ordenou a eles que eles não comessem o fruto dessa árvore, e a conseqüência se desobedecerem é a morte, mas não apenas a morte do corpo, mas a espiritual também (o sentido de morte é de “morto morrendo”, ou seja, a cada dia que passa o ser humano se afunda mais na morte do pecado), e o que acontece? Eles pecam. Adão e Eva são considerados representantes federais da humanidade, então como eles pecaram, toda a humanidade se torna pecadora. Exemplificando essa idéia: do mesmo modo que o presidente do país representa o país (as decisões que ele tomar irá repercutir no seu povo) Adão representa a humanidade; se um feijão “doente” for plantado nascerá frutos bons ou frutos ruins? Feijões doentes. É exatamente isso que acontece. Do mesmo jeito: Adão plantou o pecado irá nascer pecadores.
E a partir daí o pecado entra no mundo e todo ser humano é considerado corrupto (Salmo 51:5; 58:3; Jó 14:4; 25:4-6; 15:14-16; Efésios 2:3).
E como o ser humano está totalmente morto, totalmente longe de Deus, totalmente cego para as coisas de Deus. Então para que possamos ver o evangelho, para que possamos acreditar em Cristo, para que possamos nos arrepender dos nossos pecados, antes disso tudo deve haver um novo nascimento, pois como vamos nos arrepender se somos cegos para com os nossos delitos? Então o próprio Deus age nesse novo nascimento nos proporcionando vida. Então, o homem por si só não tem a capacidade de se arrepender, tem que haver uma intervenção divina para que isto venha a acontecer (João 3:5-7; 1:12,13).
Deus, com sua graça e misericórdia nos vivifica espiritualmente para que possamos ver nossos erros e nos arrepender deles. E Deus nos vivifica ainda quando somos pecadores, ou seja, não temos parte nenhuma nisso, quem leva todo o crédito é Deus, pois estamos mortos, e quem nos vivifica é Ele (Colossenses 2:13).
Escravos do pecado
Como nascemos com uma natureza pecaminosa, a única coisa que sabemos fazer perfeitamente é pecar. Pois somos escravos do pecado, onde o pecado nos cerca e nos segura. Podemos até fazer alguma obras relativamente boas, mas aos olho de Deus todas as obras que fazemos é na realidade pecado. Por outro lado, devemos fazer com as motivações certas que é dando a Glória a Deus e não satisfazendo nosso orgulho. Assim como Isaías 64:6 diz que nossas justiças são como trapos de imundícia.
Total depravação não quer dizer que somos perversos ao máximo. Jesus mesmo diz isso em Lucas 6:33. O incrédulo reconhece a pecaminosidade do homem. “Um velho provérbio chinês afirma: “Existem dois homens bons – um está morto e o outro ainda não nasceu”.
Paulo relembra os Cristãos que eles já foram escravos do pecado e desse mundo (Efésios 2:2). Jesus também afirma em João 8:34 que os homens são escravos do pecado. Então enquanto não nos arrependermos dos nossos pecados e Cristo ser o nosso Senhor pela Fé nós seremos controlados pelo diabo.
Objetos da ira de Deus
Nosso pecado não é algo tolerável ao Senhor. Pois o Senhor é um Deus santo (Habacuque 1:13) e justo, por isso que o pecado não é tolerável, pois fere a santidade de Deus e por isso que devemos ser punidos. Todos nós merecemos ir para o inferno, pois todos nós pecamos. Os objetos da ira do Senhor somos nós, nós que no dia-a-dia transgredimos a Sua lei (2 Tessalonicenses 1:6-10).
O pecado é universal
Lá em Romanos 3:10,11 quando Paulo vai explicar o porque nós precisamos da redenção de Cristo ele diz que não existe nenhum justo aos olhos de Deus, ou seja, aos olhos de Deus somos todos injustos, depois fala que não há ninguém que entenda, e por fim ele diz que somos incapazes de buscar a Deus por si próprio.
Como todos somos injustos, todos nós precisamos da graça de Deus. Lá em Romanos 5:19 vemos que através de uma só pessoa entrou o pecado no MUNDO, ou seja, em todos, e vemos também que por causa de Adão é que o pecado “apareceu”. O pecado veio desde antes do dilúvio (Gêneses 6:5), e estava depois do dilúvio (Gênesis 8:21). Todo pecado sái do coração do homem (Marcos 7:20-23).
A incapacidade do homem em se arrepender e acreditar
Lá em Romanos 3:10-11 diz que não há quem busque a Deus. O homem por si só é rebelado contra Deus. É necessária uma obra do próprio Deus para que se chegue ao arrependimento e à fé (João 6:44).
Nossa vontade é livre para escolher o que quisermos, mas se somos inclinado para o pecado, se formos escolher alguma coisa escolheremos o que? O pecado. A vontade do homem natural está presa ao pecado, e isso afeta seu entendimento. Só aqueles que têm a obra da regeneração do Espírito Santo em suas vidas é que podem ir a Jesus. É como Paulo fala em Atos 16:14.
E aí vem a questão principal. O que o Homem poderia fazer para mudar a sua natureza e ser feito um novo Homem? Nada. Nada do que um homem faça irá ajudá-lo a ser um novo homem, seja dando esmola, dando dízimo, nada disso faz mudar o seu coração. Somente o Espírito de Deus pode mudar o coração pecaminoso de uma pessoa. O homem continuamente pensa que ele deve fazer algo para contribuir para sua salvação. Mesmo aqueles que reconhecem que a salvação é pela graça de Deus, ainda pensam que são eles quem escolhem Deus e são eles que contribuem com a fé para acreditar. A questão que enfrentamos com relação ao ponto da depravação total ou extrema, é expressa por Edwin Palmer da seguinte forma:
É Deus sozinho o autor da salvação ou também a fé? Deus contribui com o sacrifício substituinte de Cristo e o homem contribui com a sua fé? Ou a fé é também um dom de Deus (Efésios 2:8)? A salvação depende parte de Deus (a entrega de Cristo na cruz) ou totalmente de Deus (a entrega de Cristo na cruz para morrer por nós além de nos dar a nossa fé)? O homem mantém um pouquinho da glória para si mesmo – a capacidade de acreditar? Ou toda a glória vai para Deus? O ensinamento da depravação total é que Deus leva toda a glória e o homem nenhuma.