sábado, 21 de setembro de 2013

Inteligência Humilhada

Por Danyllo Gomes


Antes de tudo é importante entender que Inteligência Humilhada é uma condição intrínseca do ser humano. A inteligência do homem não se torna, ou foi um dia, na verdade ela É humilhada por natureza, pelo menos no que diz respeito ao conhecimento de Deus. Como o homem pode conceber o conhecimento de Deus? Através da sua próprio inteligência e sabedoria? Através do que ele pensa e acha que Deus é? Com certeza não! O único meio que o homem pode conhecer a Deus é através do que ele mesmo revelou de Si, as Escrituras Sagradas. Portanto, logicamente se conseguirmos entender toda a Escrituras Sagrada, entenderemos tudo a de Deus. Com certeza não! As Escrituras nos revelam tudo o que Deus revelou de si mesmo ao ser humano. A única fonte confiável sobre a pessoa de Deus são as Escrituras. Nunca será a inteligência ou imaginação do ser humano que trará o conhecimento verdadeiro de Deus. É verdade que temos conhecimento de Deus incutido na nossa mente, mas por causa do pecado o único meio que pode-se conhecer o Deus verdadeiro, sem mentiras ou invenções humanas, é nas Sagradas Escrituras.

O homem, por sua própria força conseguirá estudar as Escrituras como estuda a língua portuguesa e conseguirá compreender tudo? Sem a graça de Deus não. O homem não conhece verdadeiramente a si mesmo, quanto mais a Deus?! Deus que é um ser infinitamente maior, poderoso, não depende de ninguém nem de nada, auto existente, rei de tudo e de todos, criador dos céus e da terra, gracioso, fiel. O homem não pode compreender a Deus como Ele é, antes que Ele se revele a esse homem dizendo-o quem Ele é. O homem precisa de Deus para compreender a si mesmo, quanto mais para compreender o próprio Deus? A inteligência do homem está cativa ao Senhor e à Sua vontade.

A partir daqui nos torna visível o conceito de “monergismo”. Monergismo, normalmente aplica-se apenas a definição de salvação. Quando afirma-se que a salvação é monergística, significa dizer que esse ato depende apenas de uma pessoa, a saber, Deus. Portanto, na salvação, quando se fala de monergismo, se fala da salvação depender apenas de Deus, e não do homem. Depende do livre-arbítrio de Deus, e não do homem. Esse mesmo termo pode ser empregado no conceito de inteligência humilhada, onde vai significar que o ato de conhecer a Deus depende apenas Dele, e não do homem. Para que o homem entenda a Deus ou o conheça, antes, através do Espírito Santo, o Senhor na Sua graça abrirá os olhos só homem, e o próprio Deus se revelará ao homem como Ele realmente é. Portanto, não é uma “via dupla”, pelo contrário, é única. Através apenas do próprio Deus é possível chegar ao conhecimento Dele.

A partir daí ver-se a necessidade de fazer teologia Diante de Deus (Coram Deo).O teólogo não vai apenas acreditar com o intelecto, mas vai vivenciar na prática essa verdade aprendida pelo através do raciocínio. Isso leva o teólogo a fazer teologia com temor e tremor diante de Deus. Ele sabe que Deus está ali, e então ele se dedica o máximo a compreendê-lo e a ensiná-lo da forma devida. O teólogo não vai se preocupar com o que ele acha ou pensa, mas com o que ele ver revelado nas Escrituras, que é a vontade de Deus para sua vida. Dessa forma, aprende-se a respeito de Deus como Ele realmente é, e como ele se revela. O teólogo sempre se achegará com humildade e seriedade para aprender a respeito de Deus.

O teólogo não duvida do seu amor por Deus, pelo contrário, ele O ama sem exitar. E esse amor não fica apenas no intelecto, mas desce para o coração. A certeza deste amor impulsiona-o a aprender mais Dele e querê-Lo mais e mais. Impulsiona-o a viver do modo que O agrada. A teologia 'coram deo' e o amor para com Deus não são vacilantes, são constantes. Não há dúvidas, há certezas. E o teólogo tem a consciência que só ama a Deus porque Ele o amou primeiro. O amor do teólogo é uma resposta irresistível ao amor que Deus tem por ele.

Soli Deo Gloria.  

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Senhor, preciso de tua graça.



Senhor, não é soberbo o meu coração[...]”
Salmos 131:1a


A quem minha inteligência está cativa?
Javé é Teu nome.
Tu existes, sempre existirás,
e eu, o que sou? [1]
Do pó me criastes, fizestes-me para Ti,
o que sou diante de Ti?

Tu existes, sim, eu sei que existes.
Faz-me existir em Ti! [2]
Não existirei fora de Ti, pois um dia voltarei ao que era e não poderei fazer nada a respeito.
O que sou eu, sem Ti?!

Pai, revela-Te a mim como Tu és.
Pai, revela-Te a mim como desejas.
Senhor, não me conheço totalmente, quanto mais a Ti?
Como poderei conhecer-Te, se nem a mim mesmo conheço?
Não há nada em mim que Tu não saibas e quanto há em Ti que eu não sei!
Dependo de Ti, para saber que sou.
Dependo de Ti, para saber quem Tu és.

Minha mente se limita a mim!
Como Te verei? Vens Tu a mim, e livra-me de mim mesmo.
Envia-me Teu Santo Espírito, liberta meus pensamentos e os torna escravos de Ti.
Como conhecerei o que é verdadeiro, se Tu não me mostrares? [3]
Quando Te conhecer, para que me servirá o Teu conhecimento?
Não para mim Senhor, mas para Ti! [4]
Quem sou eu para achar que sou suficiente sem Ti?
Passarei a eternidade conhecendo-Te, e nunca se esgotará o Teu conhecimento. [5]

Assim como penso, necessito falar.
O que falarei, se Tu de tudo já sabes?
O que pensarei, se Tu já sabes?
O faço por mim, e não por Ti.
E quando o faço, não me humilho falando-Te o que já sabes?

Senhor, preciso de tua graça. [6]

[1] – Tg 4:14
[2] – Rm 11:36
[3] – Jo 8:32
[4] – Sl 115:1
[5] – Jo 17:3; Rm 11:33

[6] - Sl 25:1; Sl 141:1

Danyllo Gomes