domingo, 29 de janeiro de 2012

A Palavra nos fortalece contra o pecado


As Sagradas Escrituras nos foram dadas não somente com o propósito  de  revelar-nos  a nossa  pecaminosidade  inata,  ou  a  fim  de mostrar  as  muitas  e  muitas  maneiras  mediante  as  quais  carecemos  "da glória de Deus" (Romanos 3:23), mas igualmente para ensinar-nos como podemos  obter  livramento  do  pecado,  como  podemos  ser  livres  de desagradar a Deus. "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti" (Salmos 119:11). E de cada um de nós é requerido o seguinte: "Aceita,  pego-te,  a  instrução  que  profere,  e  põe  as  suas  palavras  no  teu coração" (Jó 22:22). 

O de que precisamos é, particularmente, dos mandamentos, das advertências,  das  exortações  da  Bíblia,  para  que  sejam  como  que  nosso tesouro  particular;  devemos  memorizá-los,  meditar  sobre  os  mesmos, orar a seu respeito e pô-los em prática. Eis a única maneira eficaz de se evitar  que  um  terreno  qualquer  seja  invadido  por  ervas  daninhas:  é semear ali a boa semente: "...vence o mal com o bem" (Romanos 12:21). Por conseguinte,  quanto  mais  "ricamente"  estiver  habitando  em  nós  a Palavra  de  Cristo  (ver  Colossenses  3:16),  menos  espaço  haverá  para  o exercício do pecado, em nossos corações e em nossas vidas. 

Não é suficiente apenas assentirmos  à  veracidade  das  Escrituras, mas  é  necessário  que  elas  sejam  recebidas  em  nossos  afetos.  É uma verdade soleníssima aquela em que o Espírito Santo especifica a base da apostasia,  "...porque  ao  amor  da  verdade  eles  não receberam"  (II Tessalonicenses 2:10, grego).

"Se essa semente ficar apenas na língua ou na mente, para que seja apenas uma questão de palavras ou de especulação, não demorará muito para que desapareça. A semente que jaz à superfície será apanhada pelas aves do céu. Portanto, que cada qual a esconda no profundo do ser; que vá dos ouvidos para a mente, da mente para o coração; e que ela penetre cada  vez  mais  profundamente.  Somente  ao  exercer  ela  um  domínio soberano sobre o coração,  é que a receberemos  na  força de seu amor –  quando  ela  é  mais  cara  para  nós  que  nossas  concupiscências  mais queridas, então nos apegamos a ela". (Thomas Manton).

Não    qualquer  outra  coisa  que  nos  preserve  das  infecções  deste mundo,  que  nos  livre  das  tentações  de  Satanás,  que  se  mostre preservativo  tão  eficaz  contra  o  pecado,  como  a  Palavra  de  Deus recebida  em  nossos  afetos:  "No  coração  tem  ele  a  lei  do  seu  Deus;  os seus passos não vacilarão" (Salmos 37:31). Enquanto a verdade mostrar-se  ativa  em  nosso  íntimo,  despertando-nos  a  consciência  e  sendo realmente  amada  par  nós,  seremos  preservados  da  queda.  Quando  José foi  tentado  pela  esposa  de  Potifar,  respondeu  ele:  "...  como,  pois, cometeria eu tamanha  maldade, e pecaria contra Deus?" (Gênesis 39:9). A  Palavra  de  Deus  se  achava  em  seu  coração,  pelo  que  também prevaleceu  sobre  os  seus  desejos.  Essa  é  a  inefável  santidade,  o grandioso poder de Deus, o qual é poderoso tanto para salvar como para destruir. 

Nenhum  de  nós  sabemos  em que  ocasião  será  sujeito  às  tentações; portanto,  é  mister  estarmos  preparados  contra  elas.  "Quem    entre  vós que ouça isto? que atenda e ouça o que há de ser depois?" (Isaías 42:23). Sim,  compete-nos  antecipar  o  futuro  e  nos  fortalecermos  intimamente para  ele,  entesourando  a  Palavra  em  nossos  corações,  para  as emergências futuras.

Extraído do livro Enriquecendo-se com a Bíblia, A. W. Pink. 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Implicações Práticas da Depravação Total


Por Danyllo Gomes

Ao longo dos anos vários filósofos vêm tentando descobrir o que o homem é, como veio a existir e etc. Quem nós somos? Nós fazemos boas obras, não? Nós não agradamos a Deus com essas obras boas que fazemos?

Nós, humanos, temos um costume de nos tornarmos a régua de medição. Nós é que somos a régua pra saber se alguém é bom ou ruim, o que é mais interessante é que essa régua sempre levanta o nosso ego, sempre nos mostra como melhor. Tudo que faça nosso ego aumentar, nós queremos mais e mais. Mas por quê? Porque quanto maior o nosso ego, quanto mais alimentado ele estiver, maior a nosso sensação de prazer em nós mesmo, de realização.

A nossa régua deve ser a lei de Deus. Como diz Isaías: se nossas boas obras são trapos de imundícia, imaginem as más obras? Devemos ter a consciência de que somos totalmente pecadores, que por nós mesmo nunca conseguiremos cumprir a lei de Deus, que deve ser a nossa régua. A lei de Deus condena todo o mundo (Romanos 3:19), e é através dela que vem o conhecimento do pecado (Romanos 3:20).

Mas Cristo veio Justamente para esses pecadores, para esses doentes (Marcos 2:17). A Depravação Total não afirma somente nossa depravação, mas afirma que toda a glória é de Deus. Apesar de sermos depravados, de nos rebelarmos contra Deus, Ele mesmo, o próprio Deus, envia Cristo para nos curar. Ainda é tempo de arrepender-se e voltar-se ao Senhor. Esse é o ensinamento dessa doutrina, devemos nos humilhar, pois não somos nada! Nada! Diante de Deus.

"O entendimento da depravação total é o ponto final da arrogância típica da nossa raça.
Leandro Márcio Texeira.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Série 5 pontos do Calvinismo - Depravação Total

Por Danyllo Gomes


"Cada ser humano é gerado em pecado e todas as suas faculdades estão tão corrompidas, que ele é chamado “morto em seus delitos e pecados” (Ef 2:1). Os homens não são tão pecadores nas suas realizações como poderiam ser. Não somente a raça humana, mas toda a criação está totalmente contaminada pelo pecado (Rm 8:18-25). Esta situação estabelece a necessidade da redenção de alguém que, por si mesmo, é absolutamente incapaz de preparar-se, ou de providencia-la para si mesmo. O pecador, por natureza, é um contumaz e indisposto inimigo do santo Deus. (Efésios 2:1-3; Romanos 3:9-12)"

Intodução

            Toda a filosofia humana e todas as religiões, exceto o cristianismo, afirmam que o homem é por si só bom e é aperfeiçoado através de seus próprios esforços. Os filósofos afirmavam que “o Homem nasce bom e a sociedade o corrompe”. Bem, essa é basicamente a idéia que se tem do homem por aí a fora.

Bem, apenas através da revelação de Deus nas Escrituras é que podemos entender que o homem é totalmente depravado, e por isso ele se torna totalmente incapaz de salvar a si próprio ou fazer qualquer obra a respeito da sua salvação. Os arminianos por outro lado, afirmam que o homem ele é capaz sim de fazer alguma coisa a respeito de sua salvação. Charles Finney foi um dos homens que popularizou essa idéia.

Então, quando essa idéia começou a crescer, o pecado do homem foi minimizado, acreditando que o homem tinha que ter uma boa influencia da sociedade para que ele pudesse se tornar uma boa pessoa, trazendo alegria, igualdade e tudo mais.

A teologia da libertação adotou uma visão marxista da sociedade. Eles afirmam que o homem não é totalmente corrompido pelo pecado, mas como uma pessoa que foi oprimida economicamente. Vemos que o pecado não tem o mesmo “peso”, o mesmo grau de importância como deveríamos vê-lo. Deus ODEIA o pecado.

História

Em 1619, um grupo de teólogos publicou um documento com cinco capítulos que foram escritos a cinco pontos de protesto de discípulos de Armínio. Um Sínodo nacional foi chamado para responder o protesto. 84 membros e 18 comissários vieram. Eles se reuniram durante 7 meses e formularam o que ficou conhecido como os 5 pontos do calvinismo, em homenagem a João Calvino.

Os líderes da reforma tinham a mesma opinião de Agostinho, onde o homem era totalmente depravado em seu estado natural. Todos os reformadores antigos eram unanimes em crer que Deus era soberano na salvação e que o ser humano era totalmente impotente para alcançar sua salvação.

O principal embate não é que Deus é o autor da justificação, mas da fé que precisamos para que nos tornemos justificados.

Espiritualmente morto

Em Romanos 5:12 Paulo nos remete à criação, que foi onde ocorreu o início dessa queda do homem. O Senhor fez Adão e Eva perfeitos, fez também a árvore do conhecimento do bem e do mal e ordenou a eles que eles não comessem o fruto dessa árvore, e a conseqüência se desobedecerem é a morte, mas não apenas a morte do corpo, mas a espiritual também (o sentido de morte é de “morto morrendo”, ou seja, a cada dia que passa o ser humano se afunda mais na morte do pecado), e o que acontece? Eles pecam. Adão e Eva são considerados representantes federais da humanidade, então como eles pecaram, toda a humanidade se torna pecadora. Exemplificando essa idéia: do mesmo modo que o presidente do país representa o país (as decisões que ele tomar irá repercutir no seu povo) Adão representa a humanidade; se um feijão “doente” for plantado nascerá frutos bons ou frutos ruins? Feijões doentes. É exatamente isso que acontece. Do mesmo jeito: Adão plantou o pecado irá nascer pecadores.

E a partir daí o pecado entra no mundo e todo ser humano é considerado corrupto (Salmo 51:5; 58:3; Jó 14:4; 25:4-6; 15:14-16; Efésios 2:3).

E como o ser humano está totalmente morto, totalmente longe de Deus, totalmente cego para as coisas de Deus. Então para que possamos ver o evangelho, para que possamos acreditar em Cristo, para que possamos nos arrepender dos nossos pecados, antes disso tudo deve haver um novo nascimento, pois como vamos nos arrepender se somos cegos para com os nossos delitos? Então o próprio Deus age nesse novo nascimento nos proporcionando vida. Então, o homem por si só não tem a capacidade de se arrepender, tem que haver uma intervenção divina para que isto venha a acontecer (João 3:5-7; 1:12,13).

Deus, com sua graça e misericórdia nos vivifica espiritualmente para que possamos ver nossos erros e nos arrepender deles. E Deus nos vivifica ainda quando somos pecadores, ou seja, não temos parte nenhuma nisso, quem leva todo o crédito é Deus, pois estamos mortos, e quem nos vivifica é Ele (Colossenses 2:13).

Escravos do pecado

Como nascemos com uma natureza pecaminosa, a única coisa que sabemos fazer perfeitamente é pecar. Pois somos escravos do pecado, onde o pecado nos cerca e nos segura. Podemos até fazer alguma obras relativamente boas, mas aos olho de Deus todas as obras que fazemos é na realidade pecado. Por outro lado, devemos fazer com as motivações certas que é dando a Glória a Deus e não satisfazendo nosso orgulho. Assim como Isaías 64:6 diz que nossas justiças são como trapos de imundícia.

Total depravação não quer dizer que somos perversos ao máximo. Jesus mesmo diz isso em Lucas 6:33. O incrédulo reconhece a pecaminosidade do homem. “Um velho provérbio chinês afirma: “Existem dois homens bons – um está morto e o outro ainda não nasceu”.

Paulo relembra os Cristãos que eles já foram escravos do pecado e desse mundo (Efésios 2:2). Jesus também afirma em João 8:34 que os homens são escravos do pecado. Então enquanto não nos arrependermos dos nossos pecados e Cristo ser o nosso Senhor pela Fé nós seremos controlados pelo diabo.

Objetos da ira de Deus

Nosso pecado não é algo tolerável ao Senhor. Pois o Senhor é um Deus santo (Habacuque 1:13) e justo, por isso que o pecado não é tolerável, pois fere a santidade de Deus e por isso que devemos ser punidos. Todos nós merecemos ir para o inferno, pois todos nós pecamos. Os objetos da ira do Senhor somos nós, nós que no dia-a-dia transgredimos a Sua lei (2 Tessalonicenses 1:6-10).

O pecado é universal

Lá em Romanos 3:10,11 quando Paulo vai explicar o porque nós precisamos da redenção de Cristo ele diz que não existe nenhum justo aos olhos de Deus, ou seja, aos olhos de Deus somos todos injustos, depois fala que não há ninguém que entenda, e por fim ele diz que somos incapazes de buscar a Deus por si próprio.

Como todos somos injustos, todos nós precisamos da graça de Deus. Lá em Romanos 5:19 vemos que através de uma só pessoa entrou o pecado no MUNDO, ou seja, em todos, e vemos também que por causa de Adão é que o pecado “apareceu”. O pecado veio desde antes do dilúvio (Gêneses 6:5), e estava depois do dilúvio (Gênesis 8:21). Todo pecado sái do coração do homem (Marcos 7:20-23).

A incapacidade do homem em se arrepender e acreditar

Lá em Romanos 3:10-11 diz que não há quem busque a Deus. O homem por si só é rebelado contra Deus. É necessária uma obra do próprio Deus para que se chegue ao arrependimento e à fé (João 6:44).

Nossa vontade é livre para escolher o que quisermos, mas se somos inclinado para o pecado, se formos escolher alguma coisa escolheremos o que? O pecado. A vontade do homem natural está presa ao pecado, e isso afeta seu entendimento. Só aqueles que têm a obra da regeneração do Espírito Santo em suas vidas é que podem ir a Jesus. É como Paulo fala em Atos 16:14.

E aí vem a questão principal.  O que o Homem poderia fazer para mudar a sua natureza e ser feito um novo Homem? Nada. Nada do que um homem faça irá ajudá-lo a ser um novo homem, seja dando esmola, dando dízimo, nada disso faz mudar o seu coração. Somente o Espírito de Deus pode mudar o coração pecaminoso de uma pessoa. O homem continuamente pensa que ele deve fazer algo para contribuir para sua salvação. Mesmo aqueles que reconhecem que a salvação é pela graça de Deus, ainda pensam que  são  eles  quem  escolhem  Deus  e  são  eles  que contribuem com a fé para acreditar. A questão que enfrentamos com relação ao ponto da depravação total ou extrema, é expressa por Edwin Palmer da seguinte forma:

É Deus sozinho o autor da salvação ou também a fé? Deus contribui com o sacrifício substituinte de Cristo e o homem contribui com a sua fé? Ou a fé é também um dom de Deus (Efésios 2:8)? A salvação depende parte de Deus (a entrega de Cristo na cruz) ou totalmente de Deus (a entrega de Cristo na cruz para morrer por nós além de nos dar a nossa fé)? O homem mantém um pouquinho da glória para si mesmo – a capacidade de acreditar? Ou toda a glória vai para Deus? O ensinamento da depravação total é que Deus leva toda a glória e o homem nenhuma.