sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

A insatisfação da igreja


Por Danyllo Gomes

            O mundo tem virado a igreja de ponta cabeça. Mas esse acontecimento não é o pior, o pior é que a igreja não está dando a mínima atenção a esses acontecimentos. Os cristãos hoje assistem programas de TV que nem mesmo pessoas que não foram regeneradas assistem. O que tem de errado com a igreja? Será que estamos nos “acostumando” a viver esse mundo de pecado? Será que estamos odiando o pecado, que é o que realmente deveria acontecer se realmente somos regenerados? Nós não devemos estar satisfeitos com este mundo, a nossa satisfação deve estar em Deus.

            João, na sua primeira epístola, exorta os cristãos a não amarem o mundo, a não amarem o que há no mundo (concupiscência da carne, concupiscência dos olhos e a soberba da vida) porque se alguém ama isso, o amor do Pai não está nele. Paulo fala em Romanos 12:2 o mesmo, que os cristãos devem se transformar pela sua nova mente, a de Cristo, para que possa experimentar qual a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

            As Escrituras está repleta de textos nos exortando quanto ao mundo e as coisas que há no mundo. Se Deus colocou isso em sua Palavra, com certeza, é algo que devemos observar e praticar. Mas as perguntas ainda continuam: Por que, mesmo com tantos ensinamentos sobre isso, ainda O desobedecemos? Por que a igreja está sendo tão influenciada pelo mundo e não o mundo pela igreja? A verdade é: A igreja não é mais a igreja da Palavra, a igreja do livro. A igreja não fica mais incomodada com o pecado, está havendo uma satisfação com o mundo, uma satisfação com as coisas do mundo, e enquanto continuarmos satisfeitos com as coisas do mundo não irá haver mudança. A mudança virá quando nós ficarmos insatisfeitos com o mundo. Qualquer homem tem satisfação no mundo, exceto o que pertence a Cristo. Insatisfação com o pecado, isso é que devemos ter.

Se você tem satisfação no mundo, o amor do pai não está em você. Se você tem insatisfação no mundo, o amor do pai está em você.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Puritanos: grandes almas servindo a um grande Deus. – PARTE I




Estamos vendo o mundo ocidental se esfalecendo. Há uma crise moral e espiritual muito grande, tanto no Brasil como na Europa, Estados Unidos e no resto do mundo. A apostasia da Europa nos chama atenção. Estive na Europa por várias vezes e fiquei chocado e triste de ver locais que no passado foram redutos de fidelidade cristã reformada e evangélica sendo hoje apenas locais de visitação turística. Vi locais onde viveram e lutaram reformadores; com tristeza vi igrejas onde outrora homens valorosos pregaram com intrepidez e zelo as antigas doutrinas da graça que mudaram o mundo, serem hoje transformadas em “museus”, simples locais de visitação turística; com dor no coração percebi que em muitos daqueles países o povo desconhece totalmente a riqueza de suas raízes e os grandes feitos de Deus do passado. Mas não só a Europa, na América (com exceções, é claro) temos um evangelicalismo distorcido, não bíblico, antropocêntrico, superficial, infelizmente tudo isso foi exportado para o Brasil e o mundo. Vivemos em dias que nos fazem lembrar das palavras de Paulo dirigidas a Timóteo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobediente aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (II Timóteo 3:1-5).
Só um grande despertamento, uma grande reforma, produzidos pelo Espírito podem trazer a solução para esta crise em que vivemos. A maioria das igrejas no Brasil está cheia de falsos ensinos que são proclamados de seus púlpitos. A falsa tolerância religiosa tem permitido, em nome do amor, sacrificar a Palavra de Deus. A doutrina tem sido acusada de divisionista e irrelevante. Mas, por que Jesus disse: “Cuidado com os falsos profetas, com os falsos mestres?”. Se Ele disse isso é porque a doutrina, o ensino, são importantes; que é necessário sermos precisos no ensino da Palavra, na exatidão doutrinária. Se isso não ocorrer cairemos na inverdade e no falso ensino e até no misticismo.
Quando falamos em exatidão doutrinária lembramos que os puritanos também receberam um outro apelido: “Precisionistas”. Por quê? Porque buscavam com precisão anunciar as verdades de Deus e achavam que a unidade da igreja viria sempre através da verdade, da sã doutrina. Dr. Martin Lloyd-Jones diz claramente que para haver unidade há de haver primeiro a doutrina e depois as outras coisas necessárias à vida cristã virão. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (Atos 2:42)

Um despertamento da Igreja ocorreu no século XVII com o Movimento Puritano na Inglaterra e Escócia, quando Deus realizou grandes feitos para Sua Glória. Precisamos disto, um avivamento com reforma, não só de uma vida moral, mas de doutrina que nos levará a uma prática bíblica saudável.
Naquela época a situação era semelhante à nossa hoje: ignorância bíblica, voluntária e involuntária, imoralidade, corrupção, incredulidade. Mas Deus veio, pela Sua Misericórdia, sobre a Inglaterra e Escócia despertando a Igreja, o Seu povo eleito, e trazendo uma profunda repercussão na sociedade britânica e posteriormente na América quando os puritanos ali aportaram.
Tem sido sempre assim – esfriamento, retração espiritual, ignorância da verdade, mas também despertamento e reforma para tirar a Igreja da letargia, do comodismo, do sono, renovando e transformando o povo e a sociedade.

Presb. Manoel Canuto

Fonte: Revista Os Puritanos, ANO XV - Número 1 - 2007