quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Puritanos: grandes almas servindo a um grande Deus. – PARTE I




Estamos vendo o mundo ocidental se esfalecendo. Há uma crise moral e espiritual muito grande, tanto no Brasil como na Europa, Estados Unidos e no resto do mundo. A apostasia da Europa nos chama atenção. Estive na Europa por várias vezes e fiquei chocado e triste de ver locais que no passado foram redutos de fidelidade cristã reformada e evangélica sendo hoje apenas locais de visitação turística. Vi locais onde viveram e lutaram reformadores; com tristeza vi igrejas onde outrora homens valorosos pregaram com intrepidez e zelo as antigas doutrinas da graça que mudaram o mundo, serem hoje transformadas em “museus”, simples locais de visitação turística; com dor no coração percebi que em muitos daqueles países o povo desconhece totalmente a riqueza de suas raízes e os grandes feitos de Deus do passado. Mas não só a Europa, na América (com exceções, é claro) temos um evangelicalismo distorcido, não bíblico, antropocêntrico, superficial, infelizmente tudo isso foi exportado para o Brasil e o mundo. Vivemos em dias que nos fazem lembrar das palavras de Paulo dirigidas a Timóteo: “Sabe, porém, isto: nos últimos dias, sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobediente aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres do que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes” (II Timóteo 3:1-5).
Só um grande despertamento, uma grande reforma, produzidos pelo Espírito podem trazer a solução para esta crise em que vivemos. A maioria das igrejas no Brasil está cheia de falsos ensinos que são proclamados de seus púlpitos. A falsa tolerância religiosa tem permitido, em nome do amor, sacrificar a Palavra de Deus. A doutrina tem sido acusada de divisionista e irrelevante. Mas, por que Jesus disse: “Cuidado com os falsos profetas, com os falsos mestres?”. Se Ele disse isso é porque a doutrina, o ensino, são importantes; que é necessário sermos precisos no ensino da Palavra, na exatidão doutrinária. Se isso não ocorrer cairemos na inverdade e no falso ensino e até no misticismo.
Quando falamos em exatidão doutrinária lembramos que os puritanos também receberam um outro apelido: “Precisionistas”. Por quê? Porque buscavam com precisão anunciar as verdades de Deus e achavam que a unidade da igreja viria sempre através da verdade, da sã doutrina. Dr. Martin Lloyd-Jones diz claramente que para haver unidade há de haver primeiro a doutrina e depois as outras coisas necessárias à vida cristã virão. “E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” (Atos 2:42)

Um despertamento da Igreja ocorreu no século XVII com o Movimento Puritano na Inglaterra e Escócia, quando Deus realizou grandes feitos para Sua Glória. Precisamos disto, um avivamento com reforma, não só de uma vida moral, mas de doutrina que nos levará a uma prática bíblica saudável.
Naquela época a situação era semelhante à nossa hoje: ignorância bíblica, voluntária e involuntária, imoralidade, corrupção, incredulidade. Mas Deus veio, pela Sua Misericórdia, sobre a Inglaterra e Escócia despertando a Igreja, o Seu povo eleito, e trazendo uma profunda repercussão na sociedade britânica e posteriormente na América quando os puritanos ali aportaram.
Tem sido sempre assim – esfriamento, retração espiritual, ignorância da verdade, mas também despertamento e reforma para tirar a Igreja da letargia, do comodismo, do sono, renovando e transformando o povo e a sociedade.

Presb. Manoel Canuto

Fonte: Revista Os Puritanos, ANO XV - Número 1 - 2007

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