quarta-feira, 18 de abril de 2012

Cruzados e Reformadores

Por Danyllo Gomes



As cruzadas contra os mulçumanos ou contra os hereges foram incentivados pela Igreja Católica Romana. Homens e crianças engajados em ideais totalmente antibíblicos iam à busca de salvação onde só havia condenação. Tudo isso se deu por conta da Igreja Católica Romana. Época também de formação de novas ordens da igreja como movimentos de reforma.
O objetivo das cruzadas, apesar de terem vários interesses diferentes, o principal era o motivo religioso. O imperador Aleixo pediu ajuda aos cristãos porque os mulçumanos estavam invadindo seu país, e ele dizia que os mulçumanos estavam colocando o país em risco, e foi essa motivação que começaram as peregrinações. Muitos nobres e cavaleiros feudais impulsionados pela aventura militar e essa luta santificada pela Igreja Romana acabaram se unindo aos ideais da igreja. A Igreja Católica dizia que quem fosse lutar na Cruzada teriam todos os seus pecados perdoados, inclusive os cometidos na cruzada. Com isso vários homens iam e faziam barbaridades (estupros, matavam crianças de colo, etc) com a benção da Igreja Católica.
A causa da primeira cruzada conduzida por Urbano II que propôs a cruzada como uma resposta ao pedido de Aleixo. Para Urbano II era mais importante libertar os lugares sagrados dos mulçumanos do que ajudar o Império do Oriente. Pedro, o Eremita, levou camponeses em massa em direção à Palestina; como estavam desorganizados e indisciplinados o Imperador de Constantinopla os levaram vivos e os fizeram de escravos. Depois dessa desorganizada cruzada de camponeses, os nobres da França dirigiram vários exércitos rumo a Constantinopla. Em 15 de Junho de 1099 tomaram e Jerusalém e iniciou-se a criação de estados feudais. Os Cavaleiros Templários e os Hospitalários foram criados nesse tempo para a proteção do povo.
Os mulçumanos estavam ameaçando a Jerusalém e essa foi à causa da segunda cruzada. Bernardo de Claraval promoveu a pregação na segunda cruzada. O rei da França e o Imperador do Sacro Império Romano, mas não adiantou de nada. Saladino retomou Jerusalém.
A terceira cruzada liderada por Filipe Augusto da França, Ricardo da Inglaterra e pelo Imperador Frederico. Ricardo não conseguiu retomar Jerusalém, mas conseguiu um acordo com Saladino para que ele permitisse a entrada de peregrinos.
A quarta cruzada, liderada por Inocêncio III, teve um acontecimento importante que foi o fato da Igreja Grega e o Império Oriental foram submetidos ao papa.
Frederico II o líder da Sexta cruzada, conseguiu vários territórios para os cristãos, mas por causa de cruzadas posteriores, os territórios voltaram para os Sarracenos.
E por fim, o acontecimento que mais me chamou a atenção em toda essa história, a Cruzada das Crianças em 1291. Um garoto chamado Estevão de 12 anos de idade liderou essa cruzada juntamente com Nicolau. Várias crianças morreram de fome e a maioria do resto foi tomada escravas.
Entre tantas consequências das cruzadas podemos destacar: o enfraquecimento do feudalismo por conta da venda das terras dos cavaleiros, o papa aumentou o seu prestígio durante as cruzadas, várias consequências econômicas. Os europeus puderam ter contato com a filosofia, ciência e cultura árabes para que os escolásticos pudessem estudá-las.
Durante as cruzadas surgiram ordens monásticas visando reforma. As ordens eram submetidas ao papa e ao abade da ordem. Além da formação de novas ordens, houve a tentativa de reformar a Ordem Beneditina e a ordem dos cônegos agostinianos. Ordens formadas na época:
1.      Ordem Cisterciense
Fundada por Citeaux, tem o objetivo de corrigir a falta de disciplina monástica
2.      Ordens Militares
Os Cavaleiros de São João e os Cavaleiros Hospitalários faziam tríplices votos, mas não deixavam as armas. A ordem tornou-se uma organização militar de defesa. Em 1128 foram criados os Cavaleiros Templários que adotaram o estilo de vida dos cistercienses. Tem a mesma função das ordens anteriores (proteger o povo na terra santa), mas em 1312 foi extinta por estarem se envolvendo na política francesa.
3.      Frades
Os frades representavam outro tipo de monasticismo. Eles tinham as mesmas características dos outros monges, mas em vez de morarem em mosteiros separados do povo, eles moravam entre os povos das cidades e pregavam em sua língua. Eles se mantinham através de doações. Os frades organizados nesse período foram os franciscanos, dominicanos, carmelitas e agostinianos (para detalhes sobre cada frade ver O Cristianismo Através dos Séculos, Earle E. Cairns, Ed. Vida Nova, 2ªed., págs: 202-203).

Também houve nos tempos das cruzadas os chamados Movimentos Leigos de Reforma. Esses movimentos se opuseram a vários ideais das cruzadas. Eram reformas externas, e não internas como os frades. Os albigenses e os valdenses procuravam voltar à igreja descrita no Novo Testamento; foram considerados os precursores da reforma. Os movimentos são:
1.      Albigenses filósofos
Eles criam na existência de um dualismo um Deus bom, que fez a alma, e um Deus mal, que recebeu um corpo material após ser expulso dos céus. Eles se opunham à reprodução da espécie, aos sacramentos e refutavam as doutrinas do inferno, do purgatório e de uma ressurreição física; condenavam o uso de qualquer coisa material na adoração.
2.      Valdenses puritanos
Foi organizado por Valdo que criou um grupo chamado de “Pobres de Espírito”, por causa do entendimento que Valdo teve da simplicidade de Cristo. Ele e seu grupo desejavam pregar, mas o papa os proibiu o os excomungaram por se recusarem a parar de pregar. Eles criam que todos os homens deveriam ter a Bíblia, ela sendo sua maior autoridade. Aceitavam as confissões ecumênicas modelares, a ceia do Senhor e o batismo, a ordenação leiga para a pregação e para a ministração dos sacramentos.
3.      Joaquimitas escatológicos
Joaquim, monge cisterciense, acreditava que o Pai era importante no Antigo, o filho no Novo Testamento e que depois de 1260 surgira a época do Espírito Santo, a época do amor.

Soli Deo Gloria, o Deus da história.

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