domingo, 2 de dezembro de 2012

Sabedoria é tudo?

Por Danyllo Gomes


Eclesiastes 2:12-13,16-17

Que livro! Livro sábio, honesto, verdadeiro, santo, cheio de Cristo. A cada palavra lida desse livro é possível ver Cristo. Você precisa mais de Cristo. Você nunca ficará totalmente saturado e Cristo. Onde você tem O buscado? Você precisa de Bíblia, Palavra de Deus, único absoluto. Local onde vemos quem somos e quem Deus é. O pregador (Tradução de “Eclesiastes”) coloca o ser humano no patamar máximo onde ele pode chegar, e mesmo nesse máximo, o ser humano não é completo. Sempre falta algo. Refletindo na sabedoria, loucura e insensatez o pregador chegou a pensar: o que o sucessor do rei pode fazer que já não foi feito antes? Ou seja, de que adianta tanto empenho em algo que vai acabar no mesmo? O pregador percebeu que assim como a luz é superior as trevas a sabedoria é superior à insensatez. Como a luz é para as trevas? A luz ela retira as trevas; onde tinha trevas, a luz faz desaparecer a treva. O mesmo acontece com a sabedoria: quanto mais sabedoria, mais desaparece a insensatez. Assim também como a luz nos ilumina e guia (as trevas em nada nos ajuda), a sabedoria nos ilumina e guia. A luz nos faz ver o que existe ao nosso redor; ela nos ajuda a enxergar com maior clareza a realidade. A sabedoria também nos proporciona isso: nós conseguimos enxergar a realidade de forma mais clara com sabedoria. Tantas outras aplicações poderia trazer, mas no fim a conclusão iria ser a mesma: a sabedoria, com certeza, excede à estultícia (insensatez).

A pergunta ainda continua: sabedoria é tudo? Os versos 16 e 17 nos respondem. Para o pregador, buscar sabedoria terrena também é vaidade. Tanto o sábio como o insensato morrerá, perderá suas memórias e sua vida, e a sabedoria onde ficará? Vai junto com os dois pra o caixão. Tanto o grande sábio quanto o menor insensato morrerão, e o que eles tem nada levarão consigo: ou sua sabedoria ou sua insensatez.

Nós precisamos correr para Cristo. Não devemos correr atrás da maior sabedoria do mundo, porque isso é vaidade, isso é correr atrás do vento. Precisamos correr para Cristo e clamar para que Ele nos dê sabedoria do Céu. Essa sim levaremos conosco na hora de nossa morte.

Soli Deo Gloria

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Uma oração, uma confissão.

Eu creio num Cristo que morreu na cruz pelos os meus pecados. Que ressuscitou ao terceiro dia. Creio naquele que veio como homem e não pecou. Foi bom e digno de glória e sofreu a consequência dos nossos pecados. Conseguiria eu ou você suportar a ira que era destinada a nós pecadores? Claro que não!
Conseguiriamos nós irmos a Cristo? Não! Eramos caídos, sua morte de cruz fez com que fossemos atraídos a Ele.
Glória a Deus por sua graça e misericórdia, as quais são impossíveis de compreender.
A minha carne é inimiga da tua santidade e do teu carater, mas teu Espírito guia-me por teu caminho e a regeneração me dispõe para buscar santidade.

Que o Senhor complete a sua obra em nós.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Anjos

Por Danyllo Gomes


QUAL A IMPORTÂNCIA DO ASSUNTO?

A crença em seres espirituais está espalhada em todo o mundo desde a época antiga. Em toda época, tempo, local existe alguma crença sobre seres espirituais que interagem com as pessoas. Crer-se que existem alguns seres espirituais que ficam entre os humanos e o Ser supremo. Nos últimos tempos começou um levante a respeito deste assunto ao redor do mundo; prova disso é o surgimento de vários filmes e contos sobre seres espirituais. A cada dia isso fica mais comum.

Apesar de vivermos numa sociedade cética, com muita tecnologia e ciência não se discute muito a existência desses seres. Porém, se juntarmos todos os saberes sobre os seres espirituais não vamos ter a visão correta sobre eles. Temos muita variedade de crenças: uns pagam promessa para espíritos, outros acreditam que determinadas ações são espíritos de mortos, outros sentem medo, outros são devotos e assim por diante. A crença sobre esse assunto é uma salada de frutas. Diante disso precisamos saber qual a visão correta sobre o assunto, como, por exemplo, quem é Deus? Os espíritos são maus ou bons? Existem espíritos bons? Existem espíritos maus? Espíritos podem voltar à vida em outra pessoa? É possível se comunicar com eles? Todas essas perguntas e várias outras tentarei explicar ao longo do estudo. Tentarei buscar na Bíblia o que O Senhor nos fala sobre esses seres.
Wayne Grudem, na sua Teologia Sistemática define anjos da seguinte forma: “são seres espirituais criados, dotados de juízo moral e alta inteligência, mas desprovidos de corpos físicos”. E demônios: “são anjos maus que pecaram contra Deus e hoje continuamente praticam o mal no mundo”. Diante disso é importante observarmos que tanto anjos quanto demônio são seres criados por Deus. Entretanto, demônio são seres criados por Deus que se rebelaram contra Ele.

      Os anjos são seres criados
Os anjos não são eternos, ou seja, eles nem sempre existiram. Eles vieram a existência através da criação de Deus. O próprio Paulo nos diz que Deus criou todas as coisas, tanto as visíveis quanto as ‘invisíveis’. Também sabemos que os anjos são seres morais, isto é aprovado através do acontecimento que alguns pecaram e foram condenados. (2 Pe 2:4; Jd 6). Como bem sabemos anjos são seres espirituais, ou seja, não possuem um corpo físico (Lc 24:39). Portanto, nós seres humanos não podemos vê-los, a não ser que Deus abra nossos olhos para enxerga-los. Eles não são revelados quando estão executando sua função de nos proteger (Sl 34:7; Hb 1:14) e quando estamos juntos em adoração ao nosso Deus (Hb 12:22). Contudo, anjos aparecem em formas corpóreas nas Escrituras.

      Outros Nomes dado aos anjos: filhos de Deus (Jó 1:6; 2:1); santos (Sl 89:5,7); espíritos (Hb 1:14); vigilantes (Dn 4:13, 17, 23); tronos, soberanias, principados, potestades (Cl 1:16) e poderes (Ef 1:21).

     “Subdivisão” dos anjos:
- Querubins: foram os anjos que foram encarregados de proteger o jardim do Edén (Gn 3:24). Normalmente são caracterizados como os seres mais próximos de Deus.
- Serafins: são caracterizados pela constante adoração ao Senhor.
- Seres viventes: também nos é apresentado outra “classe” de seres espirituais que são chamados de seres viventes. Eles representam toda a criação de Deus e adoram a Deus continuamente ao redor do Seu Santo Trono.

      Organização dos anjos
A Bíblia descreve uma organização/hierarquia entre os anjos. Por exemplo, o anjo Miguel é denominado “arcanjo” o que descreve uma autoridade e soberania acima dos outros anjos. Ele também parece ser o líder do exército evangélico (Ap 12:7-8). Existe também outros fatos que descrevem o que a posição de “arcanjo” para Miguel proporciona, porém não podemos ter a certeza se Miguel é o único arcanjo existente.

      Localização dos anjos:
Como bem sabemos anjos são seres criados, e, portanto tem as mesmas características de seres criados. E uma das características desses seres é de estar em um só lugar de cada vez. Os anjos não são onipresentes, ou seja, não estão em todo lugar; diferentemente de Deus. Isso é comprovado no texto de Lucas 1:26 que descreve o anjo sendo enviado a um lugar específico. Outro texto que comprova esse fato é Daniel 10:12-14.

      Quantidade dos anjos:
Ao contrário do que muita gente pensa a respeito da quantidade dos anjos que pensam que existem infinitos anjos, a Bíblia nos relata um número incontável, mas não infinito. Ao longo da Bíblia vemos vários relatos, como por exemplo: Dt 33:2; Sl 68:17; Hb 12:22; Ap 5:11.

      Anjo da guarda individual, eles existem?
Criou-se um mito ao longo dos anos que afirma que cada pessoa na terra tem um anjo da guarda individual. A função desse anjo específico é guardar as pessoas de algum mal que lhe possa acontecer, mas a pergunta é: o que a Bíblia fala sobre isso? No Sl 91:11-12 afirma que Deus nos envia anjos para nos proteger. Um dos textos que são usados para se fundamentar esse mito é em Mt 18:10; quando este texto é mal interpretado teremos um mito. E existe mais alguns texto, portanto, não é Bíblico a ideia de que existe um anjo da guarda para cada pessoa no mundo.

      Casamento dos anjos
Não muito o que se especular sobre esse assunto. Em Mt 22:30 temos Mateus falando que depois da ressurreição as pessoas não se casam, nem se dão em casamento; são, porém, como os anjos do céu”. O texto é claro quanto ao ensino de que os anjos não se casam. A maioria dos teólogos acreditam nisso a Bíblia é bem clara.

      O poder dos anjos
Os anjos não são onipotentes, porém são seres mais poderosos que nós hoje. Eles são considerados mais poderosos que os homens rebeldes. Hoje, como humanos terrenos nós somos considerados inferiores a eles em poder (poder se refere à luta contra Satanás e seus demônios), porém quando formos ressuscitados vamos ser maior que Eles. Textos para consulta: Sl 103:20; Cl 1:16; 2 Pe 2:11; Hb 2:7 e vários outros.

CRIAÇÃO DOS ANJOS

A crença mais comum a respeito de quando os anjos foram criados é que foi antes do sétimo dia. Gn 2:1 e Ex 20:11 nos indica que tudo que foi criado foi feito antes do sétimo dia.

É possível acreditarmos que foram criados no início da criação, pois lemos em Gn 1:1 “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. Isso indica que os anjos foram criados pois no verso 2 o texto indica que a terra estava sem forma e vazia, ou seja, Deus ainda não tinha criado nada. Porém, o verso 3, se formos para o original, o texto nos vai indicar que a terra entrou em ‘caos’. Eu creio que esse caos se deve a queda dos homens, mas para os anjos caírem antes do verso 3 precisamos acreditar que eles existiam, que é o que o verso 1 nos pode indicar. Portanto, acredito eu que os anjos foram criados antes do sétimo dia, e mais especificamente no primeiro verso de Gênesis. Outra prova temos me Jó 38:6-7 que diz que os anjos (“filhos de Deus”) rejubilaram e cantavam alegremente quando Deus fundou as bases da terra para criá-la. A pergunta é: como os anjos podem ter cantado alegremente e rejubilado com a criação do mundo se não tivessem sido criados?

Porém precisamos ter a consciência que não podemos ter além de ideias sobre a criação dos anjos; não podemos ter nada concreto a esse respeito.

Para que a serpente tentasse Eva o pecado já deveria ter entrado no mundo. Alguns acreditam que esse pecado dos anjos ocorreu depois do sexto dia da criação, mas eu acredito que isso aconteceu nos primeiros versos de Gênesis como falei anteriormente (para aprofundar a sua visão quanto à criação dos anjos e sua queda indico Soli Deo Gloria, Paulo Anglada, Editora Knox).

NOSSA RELAÇÃO COM OS ANJOS

A doutrina dos anjos é um ensinamento claro nas Escrituras, e nós na nossa arrogância não temos o direito de supor que esse ensinamento não tem nada haver conosco hoje ou que não tem nenhum influencia nas nossas vidas. Vários cristãos tem sido enriquecidos com esses ensinamentos por causa da consciência que de existência e da realidade angelical criada por Deus. Uma das grandes importâncias que tem a crença nessa doutrina verdadeira é o fato de que Hebreus nos mostra que quando nos ajuntamos em adoração todos os anjos se juntam a nós para glorificar e engrandecer o nosso Senhor. Apesar de não vermos e sentirmos isso concretamente o nosso senso de reverencia e grandiosidade do nosso Senhor com certeza aumenta.

Ao longo do dia precisamos ter a consciência de que os anjos estão vendo se estamos desobedecendo ou obedecendo ao Senhor. Às vezes, só ter a consciência que vamos pecar e ninguém vai ver nem se entristecer pode mudar; precisamos ter a consciência que os anjos ficam felizes ou tristes quando pecamos, o que nos deve levar à não errar. Porém, quando nos sentimos entristecidos ou desanimados com a vida cristã porque pensamos que nossa vida não é testemunhada por ninguém essa doutrina também pode mudar esse quadro. Podemos nos consolar com o ensinamento que os anjos estão torcendo por nós, estão torcendo para que vencemos essa guerra contra o pecado, e isso, com certeza, nos trás muito incentivo a continuar nessa batalha.

Em momentos difíceis podemos acreditar que o Senhor “enviou-nos” anjos para nos socorrer como fez na cova dos leões com Daniel (Dn 6:33); quando libertou os apóstolos da prisão (At 12:7-11); e ajudou Jesus no deserto num momento de tristeza (Mt 4:11).

O Salmo 91:11-12 diz “Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra”. Será que o Senhor nunca enviou Seus anjos para lhe livrar de algo que poderia ter acontecido? Algum acidente? Algo do tipo? Pense nisso. Precisamos ter a consciência que esses seres grandiosos criados pelo nosso Senhor está em contato conosco todos os dias.




















domingo, 28 de outubro de 2012

A Trindade Santa

Por Danyllo Gomes


Antes de entrarmos diretamente no assunto preciso dar algumas explicações. Dentre tantos assuntos que eu poderia abordar, por que eu escolhi A Trindade? A principal razão de ter escolhido esse assunto é o fato dessa doutrina hoje estar sofrendo vários ataques. Uma doutrina que não importa quanto a estudemos, nunca vamos compreendê-la totalmente, o que devemos fazer é apenas nos curvar a ela e reconhecer a sua importância. Nós somos criação, somos seres humanos e por isso, nossa mente é limitada. Não conseguimos compreender algo que é acima de nós, algo que a nossa razão não consegue explicar.
            O que desejo fazer nesse trabalho é um apanhado geral sobre a doutrina da trindade da melhor forma possível. Vamos ver algumas visões de outras religiões quanto à trindade, e assim por diante. Tentarei expor da mais simples até a mais complexa explicação desta tão importante doutrina para que isso fique claro tanto na minha quanto na sua mente. Se errarmos na crença dessa doutrina, vamos está adorando a qualquer outro Deus, menos o da Bíblia.

Concepções erradas sobre a Trindade
Animismo e as religiões antigas
            O deus dos Egípcios antigos emergiu de um ser impessoal (Nun) que é considerado a realidade última. Não há diferença entre criação e criador, pois os dois compartilham da mesma realidade. Temos como exemplo o deus Rá. Esse foi o primeiro Deus que emanou do Nun, porém existiram mais que esse. Por esse motivo a religião Egípcia era politeísta.
            Eles tinham o costume de agrupar os deuses, e normalmente em tríades. O mais conhecido é a Tríade de Osíris, Ísis e Hórus. Porém, apesar de ser tríade, não há nenhum entendimento, mesmo que mínimo, sobre a Trindade. Elas eram totalmente separadas, não havia uma essência só (como é o caso da Trindade).
            As religiões que eram baseadas no Animismo tinham seus deuses sempre em personificação com os elementos da natureza. Isso se deve a ideia que a criação e o criador são um só.
Panteísmo
            O Animismo passou para o panteísmo, o que já era esperado por causa da mistura entre o divino e o criado. A crença do panteísmo é que a divindade é tudo o que foi criado. Tudo faz parte dessa divindade, e ela engloba tudo. Tudo no universo é reduzido a uma unidade só, a divindade. Afirmam que é um ser supremo e impessoal, apesar de poder existir espíritos menores. Dessa forma, o próprio ser humano é divinizado, já que tudo é divino, e evidentemente o ser humano está presente. Como exemplo de fortes religiões panteístas estão: a Nova Era e o espiritismo kardecista.
            Como exemplo, o espiritismo acredita que há um único ser que engloba tudo. Interessante notar que o próprio Kardec diz que o espiritismo não ensina o panteísmo. Ele afirma que existe apenas uma divindade, mas diz que não sabe ao certo o que Deus é. Porém, o sistema que Kardec utiliza para falar de Deus é um sistema que não faz distinção entre criação e criador. No ensino de Kardec a matéria é má, corrompida e etc. e o espírito é puro (a divindade) representa paz, bem e amor perfeito. Entre os dois existe uma espécie de “ser” que vai evoluindo através das reencarnações, onde a cada passo dado uma hierarquia acima é alcançada pelo espírito, até que chegue a divindade. O objetivo é se libertar da matéria que é má e tornar-se divino. Claramente esse ensinamento nega a trindade pelo fato de considerarem que o próprio Jesus não era Deus. Jesus, para os espíritas, era apenas um espírito muito evoluído. Desse modo a Trindade já é negada nesse ensino.
Politeísmo
            A principal diferença entre os panteístas e os politeístas é que: o panteísmo enfatiza a unidade (o uno), o politeísmo, por sua vez, enfatizam a diversidade do ser (o múltiplo). Como exemplo tem o hinduísmo, que é tanto hinduísta como politeísta. O que acontece é que Brahma é um ser supremo e impessoal, porém existem outros espíritos que emanam dele, e esses espíritos é que são pessoais. Ensino também totalmente contrário a Trindade Bíblica.
Monoteísmo não-trinitário
            O Islamismo e as testemunhas de Jeová acreditam num tipo diferente de monoteísmo. No Islamismo o principal conceito é a unicidade de Deus. A idolatria é altamente condenada e a possibilidade de Deus ter um filho é uma blasfêmia. Não é a toa que Maomé é denominado de profeta, e não filho de Alá. O Alcorão nega explicitamente a doutrina da Trindade. Maomé diz que a doutrina cristã ensina que existem três deuses: Deus o Pai, Jesus e Maria; por isso os mulçumanos acusam os cristãos de politeísmo. Na concepção de Maomé a natureza de Deus (Alá) nunca poderia se unir a natureza humana, por esse motivo Jesus é considerado apenas um profeta.
            Do mesmo modo as testemunhas de Jeová acreditam que há um só Deus, e negam veementemente as três pessoas da trindade. Acreditam que Cristo é um ser criado e finito, e não um ser eterno. O Espírito Santo para eles não é um ser pessoal, mas é uma força de impessoal. Uma força que Deus se utiliza para realizar seus desejos.
            O fato de Deus ser considerado uma unidade sem distinção nos leva a acreditar que Deus precisa da criação para realizar seus desejos. Nesse sistema Deus não seria um ser supremo, mas um ser que necessitaria trabalhar em conjunto com sua criação.
Modalismo ou Sabelianismo
            O modalismo diz que só existe um Deus, porém ele se revela a nós em “formas” diferentes. Como por exemplo: esse Deus no Antigo Testamento era o Pai, depois desceu dos céus como Jesus Cristo, e quando Cristo subiu aos céus ele se transformou no Espírito Santo. Então, como vemos, o modalismo afirma que uma única divindade se revelou a humanidade de três formas diferentes em momentos diferentes. O principal erro do modalismo é negar a relação entre os membros da trindade, pois dessa forma na eternidade Deus não tinha relacionamento e então ele criou o homem para que tivesse com quem se relacionar. Por isso esse pensamento deve ser rejeitado. O Deus que é uma só essência e três pessoas é transformado num único Deus que se mostra de três modos diferentes.
Arianismo
            Os arianos afirmam que Cristo foi criado pelo Deus Pai, e que antes disso nem o Filho nem o Espírito Santo existia, mas somente o Pai. Então, apesar do filho ser o maior de toda criação Ele não se iguala ao Pai nos seus atributos e na Sua divindade, ou seja, não é da mesma natureza do Pai. De acordo com os textos de Jo 1:14; 3:16, 18; 1 Jo 5:9 os arianos afirmavam que por cristo ser chamado o “unigênito” do Pai, eles acreditavam que por isso Cristo é um ser criado pelo Pai (a palavra ‘gerar’ na concepção humana significa ‘dar cria’ a um filho). Outro texto utilizado por ele é Colossences 1:15. De acordo com eles quando o texto diz “primogênito de toda criação” significa que: implicitamente, quando alguém é primogênito é porque no momento em que ele foi gerado ele era o primeiro. Esse princípio vale tanto para o Filho como para o Espírito Santo. A doutrina Ariana foi rejeitada pelo Concílio de Nicéia, em 325, e mais tarde, reafirmando a sua falsidade pelo Concílio de Constantinopla, em 381.
Adocianismo
            O adocianismo acredita que Jesus viveu como um homem comum até o seu batismo, após isso Deus o adotou e lhe concedeu poderes sobrenaturais. Não o veem como um ser eterno e nem sobrenatural criado por Deus, que era o que os arianos acreditavam. Mesmo após o batismo eles não consideravam Cristo como verdadeiro filho de Deus, mas o consideravam como um humano acima dos outros, um humanos que Deus concedeu poderes e o chamou de “Filho” num sentido em que nenhuma outra pessoa foi chamada. Nunca foi considerada uma doutrina ortodoxa, pelo contrário, sempre negou a divindade de Cristo e do Espírito Santo.
O triteísmo
            Esse pensamento nega que só existe um único Deus. Acreditam que cada pessoa da trindade é um Deus específico, portanto, na concepção deles existem três deuses.

CONCEPÇÃO CORRETA SOBRE TRINDADE
            Pode ser usado um termo para a trindade que é chamado de Trindade Ontológica (significa que a trindade é considerada em si mesma, em sua eternidade e comunhão completa entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Durante toda a Bíblia vemos que Deus não é um ser subordinado ao ser impessoal de um ambiente maior que Ele próprio. A Teologia Sistemática de Franklin Ferreira faz uma ótima descrição: “... a expressão ‘autocontido’ descreve um elemento essencial para entender a natureza de Deus. A realidade derradeira não é o ‘ser’ ou a ‘existência’ abstrata, mas sim a trindade, o uno e o múltiplo divino, dinâmico, vivo e pessoal.” Portanto, é de suma importante entendermos essa doutrina divina da maneira correta, para que possamos adorar ao Deus verdadeiro, e não um criado por nós mesmos. Veremos os três “aspectos” da trindade: a unidade, a diversidade e o “conjunto”.
A unidade de Deus
            A unidade da trindade tem que ser colocado em primeiro plano, porque ela é a base para a essência das outras pessoas e porque ela exclui qualquer forma de subordinação, sendo dessa forma uno. O que as Escrituras afirmam para uma pessoa, é afirmada para outra também. O Deus verdadeiro e único não é apenas o Pai, mas também o Filho e o Espírito Santo.
            Como tudo que for falado a respeito da trindade pertence à natureza divina, então tudo que for falado tem que ser no singular, pois é apenas uma pessoa. Cada uma das três pessoas (como diz o credo de Atanásio) é incriada, infinita, onipotente e eterna; não há três incriados, onipotentes e eternos, mas apenas um.
            A trindade possui uma vontade única e uma ação única e indivisível. As três pessoas atuam com um único princípio; e como são inseparáveis atuam inseparavelmente. Portanto, apesar de serem pessoas diferentes elas agem inseparavelmente, com o mesmo propósito.
            É óbvia e visível a dificuldade que vemos nesses pensamentos em diferenciar as pessoas individualmente. Porém como exemplo temos o fato de Cristo. Apesar de ter sido Cristo que morreu, ressuscitou, encarnou, O Deus Pai cooperou igualmente na realização da morte, ressureição e encarnação.
A diversidade de Deus
            A distinção das pessoas da trindade é por causa da relação mútua entre elas. Apesar de ser considerada apenas uma essência divina, o Pai é diferente do Filho por gerar o Filho, e o Filho é diferente do Pai por ser Filho gerado. Uma ótima descrição para entendermos esse ponto:
“Com respeito às relações mútuas da Trindade, se aquele que gerou é princípio do gerado, o Pai é princípio em referencia ao Filho, porque o gerou. Entretanto não é uma investigação de pouca importância inquirir se o Pai é também princípio com relação ao Espírito Santo, pois está escrito: procede do Pai. Se assim for, é princípio não somente do que gera ou faz (o Filho), mas também da Pessoa que ele dá (o Espírito). Isso lançaria uma possível luz sobre a questão que a muitos preocupa, sobre a possibilidade de dizer-se que o Espírito Santo também seja Filho, já que sai do Pai, como se lê no Evangelho (Jo 15:26). Saiu do Pai, sim, mas não como nascido, mas como Dom, e por isso, não se pode dizer filho, já que não nasceu como o Unigênito e nem foi criado como nós, que nascemos para a adoção filial pela graça de Deus.”
            Da mesma forma o Espírito Santo. Ele se distingue tanto do Pai como do Filho. As três (pessoas da trindade) tem uma relação real e subsistente, mútua entre elas mesmas. Agostinho descreve perfeitamente o Espírito Santo:
“Não há, pois, senão um bem simples, e, consequentemente, senão um bem imutável – Deus. E este bem criou todos os bens, que sendo simples, são, portanto, mutáveis. Digo, precisamente, criou, isto é, fez, e não gerou. É que o que é gerado de um ser simples é simples como ele é o mesmo que aquele que o gerou. A estes dois seres chamamos Pai e Filho e um outro com o seu Santo Espírito são um só Deus. A este Espírito do Pai e do Filho se chama nas Sagradas Escrituras Espírito Santo por uma espécie de apropriação deste nome. É, porém, distinto do Pai e do Filho, pois não é nem o Pai nem o Filho. Disse que é ‘distinto’ mas não ‘é outra coisa’, porque também Ele é igualmente simples, igualmente imutável e co-eterno. E esta Trindade é um só Deus e não deixa de ser simples por ser Trindade. (...) É por isso que se chama simples à natureza que nada tem que possa perder; ou é simples a natureza em que ‘aquele que tem’ se identifica com ‘aquilo que tem’. [Portanto] chamam-se simples às perfeições que, por excelência e na verdade, constituem a natureza divina: porque nelas não é a substancia uma coisa e a qualidade outra coisa.”

Sintetizando:
1)      O Pai não é o Filho: Enquanto Jesus estava na terra ele estava em contato com Deus. Temos a oração de Jesus em João 17 como exemplo. Cristo se comunica com se Pai, senão Cristo estava falando com quem? Para uma conversa é necessário duas pessoas.
2)      O Filho não é o Espírito Santo: Cristo afirma em João 15:26 que vai enviar o Espírito Santo aos discípulos. Fica bastante claro que o Espírito Santo é outra pessoa, distinta de Cristo.
3)      O Espírito Santo não é o Pai: João 15:26 diz que o Espírito Santo vem do pai, então Ele mesmo não pode ser o Pai. No batismo de Jesus o Espírito Santo desceu dos céus em forma de pomba enquanto o Pai falou dos céus, dentre outros exemplos. 

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Salmo 51 - Esboço do sermão em 22/10/2012

Por Danyllo Gomes



A GLORIA DE DEUS NO HOMEM (o arrependimento!)

Introdução:
O homem é criado para a honra e glória de Deus! Tudo o que o homem deve fazer é para a gloria de Deus, inclusive o arrependimento. Porém no arrependimento o Senhor é glorificado de um modo diferente. O mal é transformado em benção, a tristeza é transformada em alegria. Na oração didática de Jesus ele nos ensina, logo no inicio, que devemos santificar o Seu nome. Mas como isso é feito? Como santificamos o nome de Deus? Não apenas com palavras, mas com atitudes. Quando falamos no arrependimento para a vida, não estamos nos referindo a um sentimento humano do tipo remorso ou sentimento de culpa que brota no coração ou na sua consciência por si só. Mas, um sentimento sem igual dado por Deus de senso de pecado que é uma manifestação da graça divina na vida do pecador, movendo-a a sentir tristeza e repugnância das coisas contrárias a Santa e Justa vontade de Deus. Através deste sentimento de arrependimento o pecador é iluminado tendo as suas inclinações pecaminosas afetadas pela regeneração levando a pessoa a perceber e apreciar a santidade de Deus como nos é apresentada na sua Santa Palavra. Quando nos arrependemos a glória de Deus é mostrada em nossas vidas. Deus é refletido em nossas vidas. Então deixe de fazer duas coisas:
·         Não o banalize; não use de desculpa o fato de que Deus é glorificado através do arrependimento para fazê-lo sem evitar o pecado. Evite o pecado antes de evitar o arrependimento.
·         Porém, se não evitar o pecado (e isso me leva ao segundo ponto), não deixe de pedir perdão. Deus não vai lhe ver com olhos diferentes do seu outro irmão! [pausa] Davi, o homem segundo o coração de Deus, se arrependeu, se humilhou e reconheceu. Arrependimento é algo nobre, nem todos fazem.
Confessar a Cristo inclui arrependimento, não é apenas abrir a boca e falar! Rm 10:9-10. Não é qualquer pessoa que abre a boca e diz que Jesus é o seu Senhor que Jesus realmente será seu Senhor! Não use esse texto para falar que é apenas confessar! [pausa] Sabe o que significa confessar nessa época?! Significa morte! Se o império perguntasse a você se você cria em Cristo e dissesse que sim você seria morto! Entende o que significa confissão? Não é apenas o abrir de uma boca e o falar de umas palavras, significa uma vida! [pausa]
Arrependimento é a volta do homem para Deus. Sem arrependimento não há salvação.

Contexto:
O texto que vamos estudar hoje trata da confissão de Davi para o Senhor. O pecado que Davi cometeu com Bate-Seba.
2 Samuel 11 narra o pecado de Davi:
Davi deveria estar na guerra. Mas ao invés disso ele estava na varanda de sua casa vendo uma mulher se banhar. Ele a desejou, chamou seus servos e disse: “Vá busca-la! Eu a quero”. Ele a levou, fez sexo com ela e então percebeu que estava em grande confusão. Esta garota ficou grávida, ele teve que fazer algo a respeito. Então Urias, o heteu (que é esposo de Bate-Seba), Davi o traz pra dentro, e quer que ele se deite com sua esposa. Você sabe, numa tentativa de corrigir as coisas. Tentamos corrigir as coisas não é? Desde o princípio nós tentamos corrigir/cobrir os nossos pecados. Você não tem que cobri-lo, você tem que ficar limpo! Deus tem que cuidar disso. Então Urias, o heteu, eventualmente, Davi o envia a linha de frente e tem o marido morto.  Agora, Davi é um adúltero e um assassino. E em 2 Samuel capítulo 12 verso 1 diz: “ O Senhor enviou Natã a Davi.” Natã era profeta. E ele veio a Davi e disse a ele esta história: “Havia numa cidade dois homens, um rico e um pobre. Tinha o rico ovelhas e gado em grande número, mas o pobre não tinha coisa alguma, senão uma cordeirinha que comprara e criara, e que sua casa crescera, junto com seus filhos; comia do seu bocado e do  seu copo bebia; dormia nos seus braços, e a tinha como filha. Vindo um viajante ao homem rico, não quis este tomar das suas ovelhas e do gado para dar de comer ao viajante que viera a ele; mas tomou a cordeirinha do homem pobre e a preparou para  homem que lhe havia chegado. [O profeta de Deus contando uma história e um pecador escutando]. Então, o furor de Davi se acendeu sobremaneira contra aquele homem, e disse a Natã: Tão certo como vive o SENHOR, o homem que fez isso deve ser morto! E pela cordeirinha restituirá quatro vezes, porque fez tal coisa e porque não se compadeceu. Então Natã disse a Davi: Tu és o homem! Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Eu te ungi rei sobre Israel e eu te livrei das mãos de Saul. Dei-te a casa de teu senhor e as mulheres de teu senhor em teus braços e também te dei a casa de Israel e de Judá; e, se isto fora pouco, eu te acrescentaria tais e tais coisas. Porém, pois, desprezaste a palavra do Senhor, fazendo o que era mal perante ele? A Urias, o heteu, feriste à espada!” . Davi, o homem segundo o coração de Deus sendo acusado! Ele poderia ter enfiado uma espada na cabeça de Natã! “Cala a boca Natã, sai da minha vida”! Mas ele não o fez! Esse é Davi, homem de Deus, rei!
Antes do arrependimento, Davi não evitou o pecado!
1)      Não foi para a guerra. Descuido e negligencia.
2)      Avistou, cobiçou e possuiu Bate-Seba, que teve um filho.
3)      Tentou reparar o erro trazendo Urias da guerra. Não funcionou!
4)      Mandou matar Urias
5)      Casou-se com Bate-Seba
Um único passo (não ir para a guerra, que foi descuido e negligencia) gerou um adultério e um assassinato. Tome cuidado com seu pecado. Ele não vem de vez, ele vem devagarzinho, “comendo pelas beiradas”.
Seus pecados têm consequências:
1)      O filho de Bate-Seba morre (2 Sm 12:19)
2)      Amnom comete incesto com Jamar (2 Sm 13:14)
3)      Absalão mata Amnom para vingar Jamar (2 Sm 13:28,32)
4)      Absalão rebela-se contra seu pai e pleiteia o trono (2 Sm 15:5-6)
5)      Absalão deita-se com as concubinas de seu pai (2 Sm 16:22)
6)      Absalão morre e Davi o pranteia muito (2 Sm 18:15,33)
Apesar de perdoado (Salmos 32) o pecado de Davi teve consequências. Consequências não significa “não ser perdoado”. Consequência não tem nada haver com perdão ou não, tem haver com pecado. Precisamos pedir perdão independentemente das consequências.
Texto:
Após a repreensão de Natã Davi escreve o Salmo 51(ler texto).

1)      Súplica
·         Davi suplica pela “multidão das Tuas misericórdias”. (vs. 1)
·         Pela limpeza e purificação que só vem do Senhor. (vs. 2)
Deus atende Davi segundo a Sua bondade. O perdão de Deus não depende do arrependimento de Davi. Depende apenas da vontade de Deus, que através da Sua misericórdia pode nos perdoar. Davi sabe disso, Davi sabe que só Deus pode apagar suas transgressões. Ele mesmo não pode nada, e ele reconhece isso!
Verso 2 ele pede a Deus “purifica-me do meu pecado”. Sabe o que significa ser purificado? Não é apenas ser limpo uma vez e depois sujar-se de novo. Ser purificado significa ser limpo para sempre, livrar-se da sujeira para sempre! Deus purifica Davi, prova disso é que a Bíblia não relata mais nenhum adultério de Davi após isso. Ser purificado não é apenas ser limpo no momento, é algo mais profundo. Purificação é a base do arrependimento. Se você foi verdadeiramente purificado de um pecado você não o comete mais. Não é a toa que Davi diz: “Lava-me completamente da minha iniquidade [...]”. O lavar é o momentâneo, é o agora; mas o purificar é algo mais profundo, é você não desejar cometer o pecado novamente. Como exemplificação podemos colocar o soro:
Soro viral é imediato. Atua exatamente nas células afetadas pelo vírus destruindo-o rapidamente. E por atuar nas células específicas também estimulam a produção de anticorpos do próprio corpo contra o agente externo, fazendo com que seu corpo fique em alerta e já saiba se defender caso o mesmo tipo de vírus vier a atacar novamente.
Do mesmo modo quando nós somos purificados o nosso pecado é destruído rapidamente. E da próxima vez que ele atacar de novo nós já vamos estar alertas e vamos saber nos defender. E isso vem de Deus. Você suplica pela lavagem e purificação dos seus pecados?
2)      Reconhecimento
·         Do pecado e da natureza pecaminosa (vs. 3,5)
·         Da santidade e da justiça de Deus (vs. 4)
·         Da necessidade da vida santa (vs. 6)
O pecado de Davi está diante dele. Ele consegue vê-lo! Observe uma palavrinha: “...sempre...”. Não apenas naquele momento, mas sempre o pecado de Davi estava diante dele. Dia após dia, momento após momento ele via seu pecado. Você precisa ver seu pecado. Onde ele está? Você pode ser a única pessoa que sabe que você o faz, mas ele está diante de você! Você nasceu no pecado! A sua natureza é pecaminosa. O que você quer é pecaminoso. Seu pecado precisa estar diante de você. Davi não olha para ninguém, apenas para Deus.
“Pequei contra ti, contra ti somente...”. Não cita Bate-Seba, não cita Urias, cita apenas Deus! Davi pecou contra Deus. O reconhecimento da santidade e da justiça de Deus! Davi feriu a santidade de Deus e se Deus o condenar Deus será justo. Porém Davi roga por misericórdia, é o que vemos nos primeiros versículos. Precisamos rogar pela misericórdia de Deus. No verso 6 diz: Eis que te comprazes na verdade no íntimo...”. Sinceridade no íntimo do coração. Arrependimento sincero é nos propormos não mais ter vontade de cometer pecado. Deus trabalha arrependimento interno, e não apenas externo (Exemplo: se eu não fosse crente eu daria um soco em você agora! Ou Se eu num fosse crente eu ia encher a cara!) Isso não é arrependimento interno. É algo mais profundo, é a sua vontade. Arrependimento é mudança de vontade, que gera mudança de comportamento. A nossa vontade deve estar submissa a de Deus. A pergunta é: a sua está submissa a ele? Porque se não está ela precisa estar.
Deus deseja a verdade no nosso íntimo, e ao mesmo tempo ele nos dá condições de sermos verdadeiros no nosso íntimo. “...no recôndito me fazes conhecer a sabedoria”. Deus aplica no íntimo do nosso coração Sua sabedoria. Ele aplica a necessidade de vivermos uma vida santa, porque é disso que se trata a sabedoria (No caminho da sabedoria, te ensinei e pelas veredas da retidão te fiz andar. Pv 4:11). Precisamos nos render a Ele e pedir que nos dê a devida sabedoria para que estejamos verdadeiros no nosso íntimo. A sabedoria é o que nos vai levar a ter no íntimo o que é correto. A sabedoria verdadeira é a que nos leva a entender os preceitos do Senhor. É o que nos vai levar a sermos santos dia após dia. Busque ser verdadeiro no íntimo do seu coração com o Senhor que é com base nessa verdade que Deus se alegra.
3)      Busca por santidade e poder restaurador de Deus
·         Torna o pecador mais alvo que a neve (vs. 7)
·         Que é eficaz para dar alegria (vs. 8)
·         Que é eficaz para perdoar pecado (vs. 9)
·         Que muda os intentos do nosso coração (vs. 10)
·         Para manter o perdoado na comunhão e na presença do Senhor (vs. 11-12)
O Senhor tem poder para nos tornar mais brancos que a neve. A palavra “hissopo” é uma alusão à purificação dos leprosos. O leproso nessa época era visto como alguém amaldiçoado! Para nós, hoje, não é tão forte, mas para a época é algo totalmente imundo. As pessoas que tinham lepra viviam numa cidade longe do povo de Israel; isso era algo humilhante. Davi sabe do seu pecado, e ele sabe que ele, naquele momento estava igual um leproso! Davi estava imundo, igual como nós estamos. Ao mesmo tempo em que Davi reconhece o seu estado ele reconhece que o Senhor pode limpá-lo! Deus é um Deus que perdoa pecados. Mas ele perdoa através apenas de Jesus Cristo. Temos que tomar cuidado com a teologia da restituição. Exemplo prático:
Suponhamos um casal. O marido não tem o costume de lavar a louça, mas a esposa sempre reclama porque ele não o faz. Num determinado dia esse casal tem uma discursão séria. Depois de algum tempo o marido reconhece que errou e pede perdão. Porém, por ter feito algo que era errado para com a sua esposa ele se sente na obrigação de restituir o que fez com ela. E a primeira coisa que ele faz logo após que pede perdão é lavar a louça.
Não tem problema o marido fazer isso com a esposa, mas tem problema nós fazemos algo do tipo com Deus. Não podemos depois de pecar sair fazendo boas obras com o intuito de “restituir” Deus pelo nosso pecado. Ou fazer qualquer outra coisa e no coração estar com um sentimento de recompensa. Se fizermos isso, mesmo que inconscientemente, vamos querer tomar o lugar de Cristo. Cristo foi quem pagou a recompensa pelos nossos pecados. O pecado cometido já foi pago por ele. Não precisamos “restituir” Deus com nada.
Davi quer exultar a Deus, mas ele não consegue. Os ossos esmagados de Davi, os ossos que foram quebrantados pelo poder de Deus na boca do profeta Natã, agora querem exultar a santidade do Senhor. O mal foi transformado em benção, o pecado em santificação. Davi roga pra que Deus esconda o Seu rosto dos seus pecados e apague as suas iniquidades. Davi não fala isso sem saber se Deus vai perdoar ou não, Davi sabe que Deus perdoa. Deus é um Deus de perdão. Deus é um Deus de misericórdia. Precisamos ter essa confiança. Não podemos duvidar do perdão de Deus, pois quando fazemos isso colocamos em jogo o sacrifício de Cristo na cruz. Precisamos ter fé que Deus nos perdoa verdadeiramente! O perdão não é algo que vem de nós, mas de Deus. É algo que recebemos através do sacrifício de Cristo. Não podemos duvidar do sacrifício de Cristo. Não tenha dúvida, Deus é um Deus de perdão e misericórdia.
No verso 10 a palavra “Cria” é o mesmo termo usado na criação do mundo em Gn 1. Quando Deus criou o mundo ele criou “ex nihilo”, ou seja, do nada. A mesma palavra que se refere a criação do nada Davi usa para se referir a ele. Davi pede para que Deus crie um coração puro nele porque ele não tem! Esse coração puro vai surgir do nada, porque não existe nada de puro. Só Deus pode fazer esse milagre. Para mim o milagre da regeneração do homem é maior do que a criação do mundo: a criação foi do nada, mas a regeneração do homem é uma transformação do mal para o bem. Só Deus pode transformar o homem. A regeneração transforma o homem interior para que ele ame a Deus. Por natureza nós não amamos a Deus; nós o odiamos. Mas a regeneração nos faz amá-lo! A regeneração nos leva à santificação. Na verdade, a prova da regeneração é a santificação. Você é regenerado? Você tem um espírito inabalável?
Davi não quer sair da presença do Senhor. Isso é algo bom pra ele. “Não me repulses da tua presença”, Davi pede pra que Deus não retire Davi da Sua presença. É prazeroso pra Davi estar na presença do Senhor e por isso ele roga pra que Deus não o retire. O Santo Espírito é a unção que Davi tinha recebido pra ser o rei de Israel. Ele não quer ser igual a Saul, não quer ser destituído do trono. Davi quer liderar o povo de Deus com eficiência. Então ele roga pra que Deus não o tire do trono. A pergunta é irmãos: nós temos prazer na presença do Senhor como Davi tinha? O prazer dele era tão grande que ele pediu pra que Deus não retirasse essa alegria! A alegria de estar na presença do Senhor. “Restitui-me a alegria da tua salvação...”, queridos, o pecado nos toma a alegria de estarmos em Cristo!
A alegria:
o   É uma paixão doce e prazerosa
o   Surge do sentimento de algo bom
o   Dá suporte à alma que passa por problemas
o   Protege o coração contra temores futuros
Essa alegria procede do Espírito Santo. O pecado nos afasta dessa alegria. Precisamos buscar essa alegria. Irmãos, não há maior alegria do que sabermos que somos totalmente seguros nas mãos de Deus e que isso não depende de nós. Precisamos estar satisfeitos em Deus. Como John Piper diz: “Quando pecamos é prova que não estamos satisfeitos no nosso Deus, queremos algo mais.” E quando buscamos a alegria que não seja na salvação, essa outra alegria, nos toma a verdadeira alegria que é estarmos em Cristo.
Entendem irmãos como Deus é glorificado? Como a Sua majestade é revelada no nosso arrependimento? O que define a santidade do cristão não é somente sua capacidade para não pecar, mas também sua disposição para arrepender-se todas as vezes que isso acontecer.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Você é filho da promessa?

Por Danyllo Gomes


Gálatas 3:6-14

Entendimento: Paulo agora combate os Gálatas justamente sobre as mesmas coisas que eles estavam pervertendo.  Falavam que para ser salvo precisava circuncidar-se, porém nem com o próprio Abraão foi preciso fazê-lo. Abraão não fez nada, apenas creu em Deus. Ele não precisou fazer nenhuma obra da lei como os próprios falsos mestres de Gálatas falavam que era necessário. A fonte da heresia deles estava negando-os. O próprio Abraão era salvo não por circuncisão, mas por fé. Assim como também somos hoje. Você é filho da promessa? Você compartilha das mesmas bênçãos que Abraão compartilha? Os da fé é que são verdadeiramente filhos de Abraão. Não corra atrás de algo pra chegar-se a Deus, não corra. Você não chegará a Deus através de nada que você faça. Apenas agarre-se a Cristo, tenha fé. A salvação é pela fé. Nós, gentios, somos justificados pela fé; assim foi dito a Abraão. A promessa foi esta: “Em ti, serão abençoados todos os povos.” Você é abençoado através de Abraão? Somos abençoados juntamente com Abraão através da fé, mas fé em que? Fé no messias, fé no salvador, fé em Cristo. Fé que nos faz acreditar a grandiosidade do Seu poder, a grandiosidade do Seu amor, a grandiosidade da Sua salvação. Acreditar que Cristo lava meus pecados, que toma sobre si as minhas iniquidades, que sofreu em meu lugar. Aqueles que vivem debaixo da lei pensando que podem obter salvação estão perdidos. Se você acredita assim, você é maldito! O justo viverá pela fé, e não por praticar a lei. A prática da lei não salva, a prática da lei é consequência da fé que temos. Você precisa praticar a lei para não pecar contra o seu Deus, e não para ser salvo. A lei procede da fé. Cristo resgata pecadores da maldição da lei, e você é pecador. Cristo se fez maldição por pecadores, você sabe o que é isso?! Cristo, o Deus verbo, foi desamparado pelo próprio Pai. Pare por 30 segundos e tente entender Cristo sendo desamparado pelo Pai. Toda a ira de Deus que deveria cair sobre pecadores caiu em Cristo, Ele é o salvador. Ele é quem pode resgatar você da maldição que a lei traz. Maldito aquele que for pendurado no madeiro, maldito! Através desse sacrifício a benção de Abraão chega até você. A promessa de abençoar todos os povos chega até você. Não busque solução, apenas renda-se a Cristo. Em Cristo somos feitos filhos da promessa.

Soli Deo Gloria.

Conselhos e orientações para vossas almas - Thomas Watson



24 de agosto de 1662, dois mil ministros puritanos do evangelho foram excluídos de seus púlpitos, tendo recebido a ordem de não mais pregarem em público. O Ato de Uniformidade, baixado pelo parlamento inglês, conhecido pelos evangélicos como a Grande Ejeção, pairava por sobre a Inglaterra como uma nuvem espessa. Muitos líderes eclesiásticos da Igreja Anglicana, a religião oficial, estavam forçando os puritanos a cessarem suas prédicas ou a se moldarem à adoração litúrgica decretada por lei. Muitos ministros preferiam o silêncio à transigência.
Com olhos marejados de lágrimas, milhares de crentes humildes ouviram seu último sermão no domingo imediatamente anterior à data em que o Ato se tornaria lei. E, naquele último domingo de liberdade, os ministros puritanos provavelmente pregaram os seus melhores sermões.
O sermão que passamos a transcrever, de modo um tanto abreviado, foi pregado por Thomas Watson a seu pequeno rebanho.
Antes que eu me vá, devo oferecer alguns conselhos e orientações para vossas almas. Eis as vinte instruções que tenho a dar a cada um de vós, para as qua­­is desejo a mais especial atenção:
1) Antes de tudo, observa tuas horas constantes de oração a Deus, diaria­­mente. O homem piedoso é homem “separado” (Sl 4.3), não apenas porque Deus o separou por eleição, mas também porque ele mesmo se separa por devoção. Inicia o dia com Deus, visita-O pela manhã, antes de fazeres qualquer outra coisa.
Lê as Escrituras, pois elas são, ao mesmo tempo, um espelho que mostra as tuas manchas e um lavatório onde podes branquear essas máculas. Adentra ao céu diariamente, em oração.
2) Coleciona bons livros em casa. Os livros de qualidade são como fontes que contêm a água da vida, com a qual poderás refrigerar-te. Quando descobrires um arrepio de frio em tua alma, lê esses livros, onde poderás ficar familiarizado com aquelas verdades que aquecem e afetam o coração.
3) Tem cuidado com as más companhias. Evita qualquer familiaridade desnecessária com os pecadores. Ninguém pode apanhar a saúde de outrem; mas pode-se apanhar doenças. E a doença do pecado é altamente trans­missível.
Visto não podermos melhorar os outros, ao menos tenhamos o cuidado de que eles não nos façam piores. Está escrito acerca do povo de Israel que “se mesclaram com as nações e lhes aprenderam as obras” (Sl 106.35).As más companhias são as redes de arrastão do diabo, com as quais arrasta milhões de pessoas para o inferno. Quantas famílias e quantas almas têm sido arruinadas pelas más companhias!
4) Cuidado com o que ouves. Existem certas pessoas que, com seus modos sutis, aprendem a arte de misturar o erro com a verdade e de oferecer veneno em uma taça de ouro. Nosso Salvador, Jesus Cristo, acon­selhou-nos: “Acautelai-vos dos falsos profetas, que se vos apresen­tam disfarçados em ovelhas, mas por dentro são lobos roubadores” (Mt 7.15).
Sê como aqueles bereanos que examinavam as Escrituras, para verificar se, de fato, as coisas eram como lhes foram anunciadas (At 17.11). Aos crentes é mister um ouvido discernidor e uma língua crítica, que possam distinguir entre a verdade e o erro e ver a diferença entre o banquete oferecido por Deus e o guisado colocado à sua frente pelo diabo.
5) Segue a sinceridade. Sê o que pareces ser. Não sejas como os remadores, que olham para um lado e remam para outro. Não olhes para o céu, com tua profissão de fé, para, então, remar em direção ao inferno, com tuas práticas. Não finjas ter o amor de Deus, ao mesmo tempo que amas o pecado. A piedade fingida é uma dupla iniqüidade.
Que teu coração seja reto perante Deus. Quanto mais simples é o diamante, tanto mais precioso ele é; e quanto mais puro é o coração, maior é o valor que Deus dá à sua jóia. O salmista disse sobre Deus: “Eis que te comprazes na verdade no íntimo” (Sl 51.6).
6) Nunca te esqueças da prática do auto-exame. Estabelece um tribunal em tua própria alma. Tem receio tanto de uma santidade mascarada quan­to de ires para um céu pintado. Julgas-te bom porque outros assim pensam de ti?
Permite que a Palavra seja um ímã com o qual provarás o teu coração. Deixa que a Palavra seja um espelho, diante do qual poderás julgar a aparência de tua alma. Por falta de autocrítica, muitos vivem conhecidos pelos outros, mas morrem desconhecidos por si mesmos. “De noite indago o meu íntimo”, disse o salmista (Sl 77.6).
7) Mantém vigilância quanto à tua vida espiritual. O coração é um instrumento sutil, que gosta de sorver a vaidade; e, se não usarmos de cautela, atrai-nos, como uma isca, para o pecado. O crente precisa estar constantemente alerta.
Nosso coração se assemelha a uma “pessoa suspeita”. Fica de olho nele, observa o teu coração continuamente, pois é um traidor em teu próprio peito. Todos os dias deves montar guarda e vigiar. Se dormires, aí está a oportunidade para as tentações diabólicas.
8) O povo de Deus deve reunir-se com freqüência. As pombas de Cristo devem andar unidas. Assim, um crente ajudará a aquecer ao outro. Um conselho pode efetuar tanto bem quanto uma pregação. “Então, os que temiam ao Senhor falavam uns aos outros” (Ml 3.16).
Quando um crente profere a palavra certa no tempo oportuno, derrama sobre o outro o óleo santo que faz brilhar com maior fulgor a lâmpada do mais fraco. Os biólogos já notaram que há certa simpatia entre as plantas. Algumas produzem melhor quando crescem perto de outras plantas. Semelhantemente, esta é a verdade no terreno espiritual. Os santos são comoárvores de santidade. Medram melhor na piedade quando crescem juntos.
9) Que o teu coração seja elevado acima do mundo. “Pensai nas coisas lá do alto” (Cl 3.2). Podemos ver o reflexo da lua na superfície da água, mas ela mesma está acima, no firmamento. Assim também, ainda que o crente ande aqui em baixo, o seu coração deve estar fixado nas glórias do alto.
Aqueles cujos corações se elevam acima das coisas deste mundo não ficam aprisionados com os vexames e desassossegos que outros experimentam, mas, antes, vivem plenos de alegria e de contentamento.
10) Consola-te com as promessas de Deus. As promessas são grandes suportes para a fé, que vive nas promessas do mesmo modo que o peixe vive na água. As promessas de Deus são quais balsas flutuantes que nos impedem de afundar, quando entramos nas águas da aflição. As promessas são doces cachos de uvas produzidos por Cristo, a videira verdadeira.
11) Não sejas ocioso, mas trabalha para ganhar o teu sustento. Estou certo de que o mesmo Deus que disse: “Lembra-te do dia de sábado, para o santificar”, também disse: “Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra”. Deus jamais apoiou qualquer ociosidade.
Paulo observou: “Estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia. A elas, porém, determinamos e exortamos, no Senhor Jesus Cristo, que, trabalhando tranqüilamente, comam o seu próprio pão” (2 Ts 3.11-12).
12) Ajunta a primeira tábua da Lei à segunda, isto é, piedade para com Deus e eqüidade para com o próximo. O apóstolo Paulo reúne essas duas idéias, em um só versículo: “Vivamos, no presente século... justa e piedosamente” (Tt 2.12). A justiça se refere à moralidade; a piedade diz respeito à santidade.
Alguns simulam ter fé, mas não têm obras; outros têm obras, mas não têm fé. Alguns se consideram zelosos de Deus, mas não são justos em seus tratos; outros são justos no que fazem, mas não têm a menor fagulha de zelo para com Deus.
13) Em teu andar perante os outros, une a inocência à prudência. “Sede, portanto, prudentes como as serpentes e símplices como as pombas” (Mt 10.16). Devemos incluir a inocência em nossa sabedoria, pois doutro modo tal sabedoria não passará de astúcia; e precisamos incluir sabedoria em nossa inocência, pois do contrário nossa inocência será apenas fraqueza.
Convém que sejamos tão inofensivos como as pombas, para que não causemos danos aos outros, e que tenhamos a prudência das serpentes, a fim de que os outros não abusem de nós nem nos manipulem.
14) Tenha mais medo do pecado que dos sofrimentos. Sob o sofrimento, a alma pode manter-se tranqüila. Porém, quando um homem peca voluntariamente, perde toda a sua paz. Aquele que comete um pecado para evitar o sofrimento, assemelha-se ao indivíduo que permite sua cabeça ser ferida, para evitar danos ao seu escudo e capacete.
15) Foge da idolatria. “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos” (1 Jo 5.21). A idolatria consiste numa imagem de ciúme que provoca a Deus. Guarda-te dos ídolos e tem cuidado com as superstições.
16) Não desprezes a piedade por estar sendo ela perseguida. Homens ímpios, quando instigados por Satanás, vituperam, maliciosamente, o caminho de Deus.
A santidade é uma qualidade bela e gloriosa. Chegará o tempo quando os iníquos desejarão ver algo dessa santidade que agora desprezam, mas estarão tão removidos dela como agora estão longe de desejá-la.
17) Não dá valor ao pecado por estar atualmente na moda. Não julga o pecado como coisa apreciável, só porque a maioria segue tal caminho. Pensamos bem sobre uma praga, só porque ela se torna tão generalizada e atinge a tantos? “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as” (Ef 5.11).
18) No que diz respeito à vida cristã, serve a Deus com todas as tuas forças. Deveríamos fazer por nosso Deus tudo quanto está no nosso alcance. Deveríamos servi-Lo com toda a nossa energia, posto que a sepultura está tão perto, e ali ninguém ora nem se arrepende. Nosso tempo é curto demais, pelo que também o nosso zelo de Deus deveria ser intenso. “Sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11).
19) Faze aos outros todo o bem que puderes, enquanto tiveres vida. Labuta por ser útil às almas de teus semelhantes e por suprir as necessidades alheias. Jesus Cristo foi uma bênção pública no mundo. Ele saiu a fazer o bem.
Muitos vivem de modo tão infrutífero, que, na verdade, suas vidas dificilmente são dignas de uma oração, como também seu falecimento quase não merece uma lágrima.
20) Medita todos os dias sobre a eternidade. Pois talvez seja questão de poucos dias ou de poucas horas — haveremos de embarcar através do ocea­no da eternidade. A eternidade é uma condição de desgraça eterna ou de felicidade eterna. A cada dia, passa algum tempo a refletir a respeito da eternidade.
Os pensamentos profundos sobre a eterna condição da alma deveriam servir de meio capaz de promover a santidade.Em conclusão, não devemos superestimar os confortos deste mundo. As conveniências do mundo são muito agradáveis, mas também são passageiras e logo se dissipam. A idéia da eternidade deve ser o bastante para impedir-nos de ficar tristes em face das cruzes e sofrimentos neste mundo. A aflição pode ser prolongada, mas não eterna. Nossos sofrimentos neste mundo não podem ser comparados com nosso eterno peso de glória.Considerai o que vos tenho dito, e o Senhor vos dará entendimento acerca de tudo.